sábado, 24 de setembro de 2016

Diário de uma desconhecida

Publicada por Luciana Carvalho à(s) 11:28
Eu sinto-me um pouco perdida neste mundo, sinceramente. Onde não sei lidar com injustiças, capitalismo e egoísmo. Eu sei, provavelmente estás a pensar que não tenho nenhuma moral para falar. E estás certo, só que o que eu penso não sou o que sou. Deveria mas não acontece. No dia em que conseguir fazer isso, serei sim autêntica porque até então tenho sido vítima desta sociedade de aparências em que nem tu próprio podes ser. Espero sinceramente conseguir chegar a esse ponto. E quando eu chegar, tu vais saber. Porque são pessoas autênticas que fazem o mundo. São essas pessoas que se tornam conhecidas por feitos que tenham realizado. Eu nunca ambicionei ser alguém conhecida ou famosa até porque não gosto nada de ser o centro de atenções, é algo que me provoca ansiedade, também. Mas sempre gostei que reconhecessem o trabalho que faço. Mas também mesmo que reconheçam eu vou sempre pensar que não está bom o suficiente. Para mim nunca é bom o suficiente. Principalmente as coisas que são feitas por mim. Mesmo que até possa achar minimamente bom vou pensar que podia estar melhor. Não consigo perceber esta minha exigência comigo própria. Esta forma de auto-bullying.
Muitas vezes eu sei que tenho a capacidade para fazer determinada coisa, tarefa ou projeto mas por falta de confiança em mim acabo por nem tentar. Ou então penso que simplesmente vai dar muito trabalho e nem sei se vou ter retorno com isso. Não que eu seja uma pessoa preguiçosa mas acomodo-me muito com a minha realidade. Há tanta coisa que gostaria de fazer mas por ter uma visão muito longinqua das coisas acabo por não desfrutar do que o presente poderia me dar. Sim...se me conhecesses minimamente sabes que eu soude planos e muito sonhadora. O que me torna um quanto antagónica. Porque apesar de ser uma pessoa fora da realidade isso não se concretiza no mundo real.

Já alguma vez te sentiste influenciado por um filme, uma música ou até um texto na medida em que vives tanto aquilo que pensas que o mundo pode ser desse jeito? Pois bem, eu sou esse tipo de pessoa. Sou influenciada sobretudo por conteúdos que estejam relacionados com sentimentos. Porque na verdade eu sou muito sentimental. Eu choro a ver uma simples despedida no aeroporto, eu rio por ver a felicidade de um amigo, eu fico com raiva com as pessoas que se acham superior a outras. Eu sinto muito. Se és alguém próximo provavelmente já reparaste mas nem sempre é fácil e visivel. Não que eu esconda mas porque sozinha é mais fácil. Mas nós somos nós quando estamos sozinhos ou acompanhados? Quando somos verdadeiramente nós? Porque tu próprio sabes que não és o mesmo quando estás a dançar eufóricamente no teu quarto e quando estás acompanhado pelos teus amigos. Pois, eu não sou. Isso faz de mim uma pessoa falsa? Sinceramente acho que está tudo relacionado com a minha ansiedade e forma como penso que os outros me vêem. Eu dou demasiada importância a insultos, a criticas e menusprezo um pouco os elogios. O problema é que o meu pensamento não se alinha com as minhas ações. Eu não dou assim tanta importância ao que as pessoas pensam. Mas se me conheceres vais pensar que sim. Porque vou querer parecer perfeita e vou querer mostrar que não tenho defeitos. 

4.doc, Luciana Carvalho (2016)

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