E
também se me conheces minimamente sabes que sou licenciada numa área que muitos
de vocês perguntam quais as saídas profissionais porque não têm ideia do que
seja ou confundem simplesmente com jornalismo. Durante toda a minha vida já quis
ser tanta coisa. Costureira, astronauta, professora de ensino básico,
nutricionista, polícia, professora de educação física, jornalista. E agora sou
uma mera licenciada em Ciência da Informação. Pergunto-me porque sou tão
indecisa. Sim, porque decisões para mim são algo que me perturba mesmo.
Considero que a questão de gostar de diferentes áreas de conhecimento se deve
ao facto de não me conseguir focar em algo, não conseguir encontrar algo que
goste a 100% ou então encontrar paixão em pequenas coisas de diferentes áreas.
Sinto-me uma pessoa hibrida, uma pessoa capaz de fazer qualquer coisa e se
adaptar a qualquer área profissional mesmo que existam proventura algumas que
me despertem mais interesse como áreas como jornalismo, psicologia, astronomia,
esoterismo. E como conciliar todas elas numa profissão? Pois, não dá! Sinto que
não sou boa o suficiente para me dedicar a um emprego a 100% porque não há algo
que goste nessa escala. Mas nada disso interfere na minha competência e esforço
quando estou num projeto. Se decidir levar o projeto para a frente não é por não
me sentir realizada que não vou atingir meus objetivos.
Mas
falando de decisões...será que devo falar? Sim? Não? As decisões para mim fazem
parte de uma grande percentagem para agravar a minha ansiedade. Sempre que me
deparo com caminhos a seguir, sou horrível para decidir qual tomar. Normalmente
faço listas de prós e contras que as vezes acabam por nem dar em nada porque
não sei até que ponto uns pesam mais que outros. E normalmente acabo por seguir
o que sinto que muitas vezes nem é o correto o que me pode tornar egoísta ou
também agir por impulso que é umas das minhas características mais marcantes.
Normalmente as pessoas refletem, pensam e dizem. Seria essa a ordem correta. O
que faço é dizer, pensar e depois refletir. Sou uma pessoa bastante impulsiva
que faz com que as vezes magoe pessoas e faça coisas que não queria daquele
jeito. E algo dito é algo que não pode ser retirado. Os meus impulsos são
dificeis de combater e apesar de não querer tomar certas atitudes elas vão
sempre acabar por acontecer. Por isso, se não queres ser alvo da minha
impulsividade não te tornes muito próximo. Normalmente ela age mais com as
pessoas que realmente me são importantes.
Eu sei que as pessoas mais chegadas “sofrem” bastante com a minha forma
de ser e estar na vida. Eu sou uma pessoa que me apego facilmente a outras
pessoas. E sinto a necessidade que as pessoas (as mais próximas) demonstrem que
gostam de mim assim como eu faço. Não consigo compreender quando elas não dão
tanto quanto eu. E sinto a necessidade de saber que não fui a culpada pelos
relacionamentos terem acabado, sejam eles familiares, amorosos ou de amizade.
Porque na verdade vou-me sentir sempre culpada quando tudo acabar, mesmo
sabendo que muito vai ser devido à minha impulsividade mas que também não deverá
ser só por isso. Mas eu sinto que sou culpada mesmo te dizendo que tiveste
culpa. Porque eu não sei lidar com rejeição.
2.doc, Luciana Carvalho (2016)
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